quarta-feira, 2 de janeiro de 2008


NOVA GERAÇÃO DE POETAS LATINO-AMERICANOS PARTICIPA DA LATINALE



O festival Latinale traz à Alemanha autores da poesia latino-americana ainda desconhecidos na Europa. A gaúcha Angélica Freitas e o carioca Carlito Azevedo representam o Brasil.

O festival de poesia Latinale dá aos novos talentos literários da América Latina a oportunidade de divulgar seu trabalho na Alemanha por meio de leituras ou performances feitas pelos próprios autores com posterior tradução para a língua alemã. De 27 de outubro a 7 de novembro, 12 poetas representam as novas tendências literárias de seus países de origem: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai
Segundo a diretora artística da Latinale, Rike Bolte, "os eventos do ano passado estavam sempre repletos de gente, por isso continuamos o projeto e conseguimos financiamento para este ano".

Além das leituras e performances, durante o festival os autores trabalham os seus textos com estudantes da Universidade Livre de Berlim e do Instituto de Literatura Alemã da Universidade de Leipzig. Faz parte do programa uma palestra sobre a influência da música pop e, cada vez mais, dos blogs e chats sobre as novas formas de escrita.

Brasil na Latinale

De acordo com Rike, o critério de seleção adotado para convidar os autores deu enfoque a quem se dedica à poesia performativa e ao que poderia ser a poesia pós-neo-indigenista. Neste ano, o festival dá ênfase aos países andinos, assim como à nova poesia performática do Brasil e da região do Rio da Prata.

O outro diretor artístico da Latinale, Timo Berger, foi responsável pela seleção dos poetas, que inclui dois brasileiros. "Fizemos um festival de poesia em Buenos Aires e lá conheci a Angélica Freitas, uma boa poeta nova que possui uma trajetória curta, tendo publicado apenas um livro, mas tem um blog muito lido. E ela já ganhou fama no ambiente poético. Ela foi convidada por ter um forma muito performática de leitura", falou Berger.

Os diretores Timo Berger e Rike Bolte com a 'caixa poética', que grava todos os eventosBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Os diretores Timo Berger e Rike Bolte com a 'caixa poética', que grava todos os eventosAngélica Freitas, que nasceu em Pelotas em 1973, publicou seu primeiro livro de poemas, Rilke Shake, este ano. Ela trabalhou como jornalista em São Paulo, é também tradutora e escreve poemas em seu blog. Alguns de seus textos foram publicados em revistas de poesia do Brasil, da Argentina, de Portugal e dos Estados Unidos.
O outro brasileiro é o poeta, tradutor e editor Carlito Azevedo, nascido no Rio de Janeiro em 1961. Entre outras produções do autor, destaca-se o livro Collapsus linguae, escrito em 1991 e que rendeu a ele o prêmio Jabuti. Carlito é editor da revista de poesia Inimigo Rumor e coordena uma coleção dedicada a fomentar a poesia brasileira contemporânea.

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