sexta-feira, 4 de janeiro de 2008




GÊNESE I

De súbito aconteço. A madrugada
devolve as minhas mãos cotidianas.
E eu pressinto, entre as frágeis persianas,
a vida amanhecendo nas calçadas.

Regresso de uma terra iluminada
entre sóis de bruma e luas levianas,
vergastada de gélidas cruvianas
ou explodindo em rosas encarnadas.

Não sei porque parti, nem para que,
nem sei por que nem para que regresso
O sonho e a vigília me alimentam.

Dias e noites fluem no meu ser
e existo, prisioneiro de um processo
onde as coisas me inventam e reinventam.

DEÍFILO GURGEL

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