terça-feira, 8 de janeiro de 2008


TUFÃO



Como pode se perder de vista
O vento que tange o calor das nossas mãos?
Será que voce tem alguma pista?
A partícula mais infinita do seu chão

Igual quando piso a lua do seu quarto
Como a imensa malha que nos cobre
Aqueles gravetos, fiapos, metralhas do mato
Imensas raízes do varal tão pobre

E o piso que de tão imenso nos une
Parecido com o eco que os saguins proclamam
São lágrimas como risos que nos punem
Uma chuva como espíritos que nos chamam

E a terra que nos quer, como fonte do vazio das nossas almas
Abre um flanco, como pétalas de uma fina ironia
Como a linha que separa a nossa mão das nossas palmas
Semelhante aquele tesouro que voce não via

E no quintal onde nossos corpos se entreolham
Aparece um vazio justo imagem que rápido some
Uma saudade tão imensa que a todos (molham)
E o mundo tão vasto e solitário, morrendo de fome.

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