quinta-feira, 3 de janeiro de 2008


MUSEU DE MIM


O que eu sei
São coisas velhas, imprestáveis
Emprestadas do século passado

Onde algazarra
È uma casa abandonada
Resíduo de dentes e faces afiadas

Onde o fim da rua
Vai dar
No começo da aventura da noite anã

Onde sou rastro
Que pega pressa na boleia que gira
Que vira pedra que rola
No jardim onde se colam setas
E senhas de cactos do amor que me escolheu

Sou um falsário que distribui manhãs
Como um pássaro esquecido
Um filho ferido
Ou um amor proibido

Sou como a revolta
Que as chaves das partes das portas implicam
Como se eu fosse a usura
Como se eu fosse a formosura
Uma acolhedora belezura
Que se encontra por trás da serra
Do serrote
Do magote
De anárquicos e raquíticos ecos dos poemas
Repletos dos passeios
E das sombras
E das sobras de nós mesmos

Por isso
Eu quero que você me acompanhe
Como se fosse da época
Como se fosse a fécula
Como se fosse o fim da fé do século

Como se fosse
Do século que entrou pela culatra
E que confundiu
Culote
Com o fim da picada.

Cgurgel

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