terça-feira, 1 de janeiro de 2008


aqui a correria dos pássaros, lixos e fantasmas. a calmaria do coqueiros, pintores e quintais. como um feriado que não se comete. uma extensa listra de azul sobre os pensamentos que teimam em pular pela janela. amiúde gatos e cães se felicitam pelas esquinas da cidade como uma buzina do trem que socorre os amores impossíveis. esse cheiro por entre panelas de mangabas e cajás, ainda instala em mim, o tilintar de galhos e gritos. festas e anomalias circenses. uma revoada de talismãs e bilocas. uma yoga de quem engraxa sapato. o vai e vem da mão. lustrando. brilhando. acostumando o flerte da manhã com o pressentimento de que o eco das alegrias de uma familia pobre se espalha pelas ruas, vestidas de cirandas, sentimentos, vestimentas, carameladas maçãs. sim. o terreiro, parede e meia com a igreja circunspecta e pecadora. e os meninos que de tão famintos lembram das pernas das meninas no rio doce e sonâmbulo. era assim que via a vida. misto quente e voleio de olhares e cinturas. como uma confissão por entre a manhã que dorme.

Cgurgel

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