sábado, 12 de janeiro de 2008


REDEMOINHO

Uma ventania que diz para que veio
um curso do rio que me chama de sertão
um furdunço da colméia que é um vaso cheio
e uma menina que me observa no salão

São conchas do ar que eu respiro
como uma lente que se aproxima dos seus lábios
uma vontade louca que me dá como lírios
de soluçar a lua com seus toques múltiplos, vários

É mesmo o véu que encobre teu corpo
que me faz pássaro da sua redondeza
eu quero é mais, eu não quero pouco
igual sua boca de uma impávida beleza

E quando dei por mim eu sonhei
com as lágrimas de uma alegria que não tem tamanho
são como almofadas que sustentam a nossa vez
como um beijo que no seu corpo, eu te arranho

E do que ficou do que me dissestes
eu guardo até hoje como um álbum, um farol
uma concha de um segredo rodeado de ciprestes
do mar, de uma estrela, da lua, da noite, como um anzol.

Cgurgel

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