
VIOLETRA
Deixo para você essa memória
Essa lembrança
Essa vontade
Deixo para você
As minhas vestes
Ensangüentadas de luzes das avenidas contemporâneas
Do cheiro das maçãs enfileiradas de culpas e desculpas
Deixo para você
Todos os presságios
Todos os pressentimentos
Todos os urdimentos dos bichos que compreendem a natureza
Deixo tudo:
A minha voz
Os meus olhos
E o fantasma dos meus dias
Tão lânguidos e escorregadios
Por fim
Só um lembrete:
O que me fortalece são as ondas do mar
O sal que nele habita
A cor obscura que tintura palavras e medos
Estou só
E suo de viver.
Cgurgel
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