
quem da vida dança
se loa
uma lépida canseira
uma bruma
uma ladeira
quem da vida
dança
são como pés pedintes
tão calos, ouvintes
calientes
quem da vida
é river
escoa como uma escova de dentes
prá lá e prá cá
cima embaixos
um pouco de escarros
esbarros que vão se entrechocando
como a concluir compassos
quem da vida
dança
é tudo uma pasta
uma imensa cordilheira vasta
são corpos
que se untam
uma seborréia gostosa e única
um voleio
pelos dias
dissabores
e licores
e quem da vida
dança
são como lanças
que se cansam
passam por nós
como uma última quimera
enquanto em pé
sejamos o topo dos nossos declives
loucos, livres e tão irresistíveis
uma enorme fogueira
onde ardem
decálogos
como decalques da alma.
Cgurgel
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