quinta-feira, 27 de dezembro de 2007


VELA DO TEMPO QUE NÃO SE APAGA

Quando voce me pedir um café
Liquidificarei na xícara, manjares e florais
Mel, abacates e pincéis
Imensos arquipélagos dos nossos quintais

Quando voce me pedir um chocolate
Lhe servirei uma porção dos deuses
Ramalhetes de açúcares, de inúmeros anéis
Um sonho cremoso, das milhares de vezes

Quando voce me pedir um picolé
Embrulharei o palito com fitas, fotos e festas
Tudo que sua lembrança trouxer e quiser
Como janelas de leitos e bocas abertas

Quando voce me pedir um talher
Arrumarei a casa como uma mariscada
Escolhendo o melhor do melhor da maré
O requinte do turbilhão da idéia pescada

Quando voce me pedir um vinho rosé
Misturarei todos os meus sabores, licores, favores
Ao redor de taças e vidraças do escondido chalé
De tantas e sortidas e infinitas cores .

Carlos Gurgel

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