sexta-feira, 8 de agosto de 2008


TEMPLO NOIR

já não é de hoje
eu passo pela aquela esquina
feses escarradas pelo seu chão
um tanto de nostalgia no seu piso
contemporâneas velas acesas

mesmo que eu diga também
que vou tomar um sorvete com voce
o mundo com o seu tempo inverso
é tão danado de boom
que reparto cães e ecos sustenidos

um sangue enlatado me faz bem
como água que tépida me cospe
tantas árvores onde passo meus restos
eu mesmo já subia escadas perdidas
um pouco do muro onde se desce de uma vez

voar não mais do que voar entre espinhos
malbaratado ruído de uma máscara tétrica
no morro lá em cima o ar e seus cometas se bastam
e eu velo como um cego a haste do seu olhar
assim tú és, tudo tão mundo e mudo

colo por entre os pés escorpiões mórbidos
um pouco da pele que guardas por baixo do sono
sou porco um curral de inúmeras preces
vasto vaso que de partículas içei
zumbi que atravessou avenidas e se foi.

Cgurgel

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