domingo, 10 de agosto de 2008



PÓLEN

senta-te aqui
por entre ramos e dores
por entre manhãs e pavores
por entre o céu e o limbo

descansa aqui
por sobre os bichos que te olham
a represa, o botequim, a aurora
o ruído, tão folhetim do seu varal

dormes aqui
nessa cisterna que canta
por dentro da flor de quem planta
por sobre o cimento vazio

acordas aqui
distante dos aperreios dos pássaros
como água que flutua o teu anzol
um pranto da fagulha do teu leito

e vivas aqui
mesmo que para isso
decantes o passante do teu olhar
como fugas do encanto que te sonhou.

Cgurgel

2 comentários:

Anônimo disse...

Inebriante!

_ o jeito como sua alma captou o tempo e o instante do poema...


Parabéns Moço!
Inspirações tantas pra você!


Forte abraço

Maria

ON THE É (nada do que não era antes, quando não somos mutantes) disse...

obrigado Maria, são os teus olhos, olhos..