domingo, 3 de agosto de 2008



LÍRICO LUZIR

aqui residirei
e encontrarei por entre as portas da sua rotunda
tudo que desejares:
escafandro, azaléia, máquina de fiar e macadâmia

por entre seu lírico luzir
estocarei malvas, chaminés, estuários de gessos e saltos
e salpicarei o fruto de nós
como barco que tudo acolhe no pó da foz que te guarde

verniz que do teu seio te cinge
limpa e lustra o seu candor
trufa tão bela tal qual tua cortina
dentro de um lago volúpia que tarde é gueixa

meca tela que de sê-la tão tê-la
o dórico dorso como vê-la tão boreal
rótula que me rasga entre navios e açores
sou ídem e refaço o que me serves que a ti perpetrou

aos leitos de peles que pelo dorso inunda
te acho como só ais, de um ás posto em chamas
rubi tão rubro como arco que o corpo se tem
e tornado tão perto o teu poço que eu me entrego tão bem.


Cgurgel

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