sexta-feira, 17 de outubro de 2008



CONTEMPORÂNEA


hoje me desfaleço de sims
tão pouco sentido há para as coisas
um porto que fala da madrugada já morta
de uma porta tão escura

o curtido de uma pausa entre séculos
como o morro que venta e não sossega
uma pétala de tanta destemida arruaça
um mergulho na alma de toda peçonhenta pessoa

e eu calo a boca de quem só pensa
como reformatórios dos seus passos no escuro
uma tão festa úmida de cadafalsos
um medo que de tão estranho, nos cega

e a troça que brotou daquele jardim
é uma coisa assim tão de antes-de-ontem
como réplicas de uma sociedade tão anônima
assim como aquele escorpião que encontrei na calçada

e do meio fio de cabelo
que fala baixinho para o meu cérebro
que não demorará para tudo se aquietar
e dormir o sono de quem precisa
de desatinos e carvões.

Cgurgel

3 comentários:

Ju disse...

tão onírico e confortante... é bom pousar em teus textos!
beijos

Simone Couto disse...

aqui estou.

eu sempre me desfaleco de sims, dos milhoes que habitam em mim.

Beijos,
Sim.

ON THE É (nada do que não era antes, quando não somos mutantes) disse...

essas duas moçoilas, mochilas de reconfortos, me fazem pousar sobre o ar de uma terra bendita. louvadas sejam elas para sempre!!