segunda-feira, 13 de outubro de 2008


MÍNIMA

nesse tempo de ciclones e abismos
a cerca da náu do ser humano
na mão tão frágil que o mundo se encontra
é tudo tão mínima

desse sangue que se espalha no ventre do vento
como lustre que saliva a gosma que escorre da rua
tudo tão pântano de um fétido universo
é tudo tão mínima

das asas dos pássaros que sobrevoam sua própria morte
truculentos tontos tanques que lapidam bizarros catarros e pús
uma vulva de um vale que pulsa e sofre
é tudo tão mínima

desonra maré do ar insano fruto tão lava qual sombra do nada
tanta cicuta da mistura tão fina do seu próprio esqueleto
como arvoredo do medo entre chácaras e óvulos tão mortos
é tudo tão mínima

e do irreversível precipício que ri e chora de si mesmo
nessa romaria de fé descalça e de tão fartos obituários
mosteiros de portos tão decrépitos de lâminas e máscaras
assim eu sigo: como tudo de vida tão ínfima e mínima prece.

Cgurgel

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