sábado, 18 de outubro de 2008


O LIXO E A MORTE

oh, dulcíssima catedral de merda!
que esbanja oligarquias e milacrias
entre palmares e estivas

onde regas o roubo explícito por todas as partes
tão desmesuradamente órfão de cafunés e academias
entre tantos deslavados porcos e personagens mortos

oh, dulcíssima catedral de merda!
onde medras o medo entre cegos e tão infantis belezuras
de tanta e tão pouca estatura e timidez obscura

onde preces e pressas entre hóstias e fariseus, ronda
tão catacumba de desafios e desaparecimentos tardios
de uma lousa louca e tão desvairada plumagem

oh, dulcíssima catedral de merda!
que de vão em vão em cima ou em baixo é dilúvio
de cada por cada de tudo por tudo é nada

e mesmo que persista o prosseguir da manada
o lixo, o oco, o troco, o salto de um ar cabisbaixo e infecto
fulminará a todos, restos de uma epopéia desumana e covarde.

Cgurgel

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