quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
HÁLITO
Quando soletro o mundo que me língua
eu fecho a narina de ponta banguela
espirro o escarro da boca tão míngua
um escárnio, um salitre, um cuspe, tão fela
Mugido que urge síncope de vaca
trituro do dente como ponte que me acha
quando te beijo um cheiro que voce saca
lábios que calam um cio que não racha
Um cheiro assim de quem bosta
soletro vadio uma rusga do rosto
saliva que ferve que socorre as costas
um riso qual terra onde me encosto
E da palavra que é um verbo que te rele
um catarro que não pasta no canto nela
rito gota do goto, colírio não espere
um arroto, tão escroto, na boca, louca donzela
Fecho o céu que do riso eu cimento
trago sibila que cintila um pigarro
gosma de ruma servida como alimento
da porra, como veia da vida daquele barro.
Cgurgel
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