sábado, 29 de março de 2008
MUNDO CÂNON
deixa que teus braços
me recolha
por entre o frio
que deste mundo expulso
deixa que essa brisa
do podre
me inunde
e que como pérolas
espalhe furor e língua infame
deixa
que por entre o seu olhar
eu vague
como um papel cingido
de embrulhos e medos
deixa
que por mais que me queiras
eu sou da rua nua
onde dejetos
e defeitos
disputam
o sangue que escorre
por entre vidraças
e bueiros
e mesmo assim
abandonado por ti
serei
como um lixo
amealhando
por dentro do sol que me destes
a beleza
de uma boca faminta.
Cgurgel
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2 comentários:
por entre o frio...
como um lixo...
espalhe furor e língua infame...
a beleza
de uma boca faminta.
Sempre acompanhei seus trabalhos na imprensa do RN.Admiro muito as colocações nas palavras.Parabén irmão!
Posso dizer que gostei da musicalidade das suas palavras.
Volto com mais calma, prometo.
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