terça-feira, 25 de março de 2008
ANTI-MONOTONIA
vagas
aqui e logo ali
rebocando como um alce
a ausência da tua vida
livras
como um traste
o lastro de uma estrela
que te resta
ecoas
por entre parênteses mortos
como se fosse uma sombra
de si lesma
poupas
como uma troca de grutas
o ânimo de tudo que não partiu
semelhante ao próximo que te furtas
lambes
como um azougue do qual curvas
o bagaço de uma pilha de nervos
onde ampara as amarras da fúria
e cortas
como membro dos seus dedos tortos
todas as vísceras das ilhas dos portos
o que só a ti tem para se dar:
o azedume do seu porco sofrer.
Cgurgel
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2 comentários:
Confesso: mal conhecia a sua (boa) poesia. Vejo agora que é preciso conhecê-la em profundidade. 'Anti-monotonia' vai pro Balaio, mais cedo ou mais tarde. Abraços.
partindo de ti, eu sei que tem verdade. como o simulacro de que, ainda que não assíduos frequentadores da amizade, bebemos do mesmo vinho.
prazer poeta
Cgurgel
26 de Março de 2008 05:57
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