domingo, 7 de setembro de 2008



AO MEU PAI
(Esse texto eu fiz, como uma simples homenagem que presto ao meu pai, no dia em que a Câmara de Vereadores de Natal, na pessoa do Vereador Hermano Morais, concedeu ao meu pai, o título de Cidadão Natalense)

De uma vida que se sabe, feita de muito amor e paixão. Amor pelo povo. Paixão pelos seus enormes e preciosos tesouros. Como desafiando noites e dias. Como uma onda do mar que banha seus pés e revela a figura humana tão simples e preciosa.
Quando dos seus primeiros passos, por sobre a areia branca, telúrica; como um arco que pinta e singra seu olhar poético e litorâneo. Um menino, um rapaz que se revela pescador do que o seu coração, como porto-ilha de descobertas e verões, colhe por entre as ruas da sua cidade que ressoa sais e cais.
Depois, na cidade que libertou seus escravos, ele já coleciona o garimpo de um sentimento que o faz refletir sobre o cotidiano das coisas e das suas enormes sombras.Lê poemas e fabrica sonhos. Alimenta com seus pés e passos, a vontade de conhecer a cidade onde brotarão suas histórias e conquistas.
Assim, entre raios de sol e rios de dunas, o poeta acontece. Conhece com o tempo, que é capaz de demonstrar o amor pelo que faz, a razão de um cotidiano tão hóspede das suas observações e dos seus apontamentos, de uma diversidade onde trafegam seus faróis e cumes.Se aproxima na esquina do continente, dos seus costumes e danças. Fica feliz quando sente a alma do povo pulsando por entre seus cordões e vielas.
Vara noites e dias a procura da riqueza de um baú, que faz Deífilo, se encantar e ser encantado pelo que descobre.Desfila relíquias, lapida o olhar que registra a evolução das moças e dos marujos. Celebra Cascudo como a revelação de um homem que muda com o seu límpido andar, o roteiro dos seus rios e apogeus. Se aproxima e se apaixona pelas estórias tão verdadeiras e únicas. Não cansa de aprender onde o povo mora, vive, pulsa e é feliz.Anuncia barricadas, aponta rumos de preservação da memória da sua gente.
Entre os seus, mulher, filhos, amigos, simpatizantes e anônimos.E ele se agiganta e se enobrece. Como deve ser, para quem da vida colhe o prazer de ser feliz, pelo simples fato de estar vivo, e pela eternidade da sua memória.

Cgurgel

5 comentários:

luiz lima disse...

Otimo texto, Gurgel. 3 Vivas ao Grande Deifilo! Aproveito a ocasiao, para te sugerir de postar com mais frequencia aqui onde é, esses teus textos de prosa-poetica, de fina estampa e estilo, tao apreciados por nosotros.
Tanti Saluti!
L

ON THE É (nada do que não era antes, quando não somos mutantes) disse...

eu espero,eu espero também. espero pelo grãos que de minha cabeça pousam no papel,em branco, ai eu não sei se de fina estampa, mas vestidos de uma ocre cor, empaledecidos pela lufada do tempo que espia pelo seu caledoscópio os nossos pés abarrotados de travessias.
grande abraço!!

ON THE É (nada do que não era antes, quando não somos mutantes) disse...

ops!caleidoscópio !

Moacy Cirne disse...

Deífilo merece o nosso carinho e o nosso respeito. Bela e justa homernagem. Abraços.

ON THE É (nada do que não era antes, quando não somos mutantes) disse...

desculpa Moacy pela demora em te responder. sim, papai simples, e (a)colhedor. voce também Moacy, que pisou e passou por tantos canaviais, carnavais, vendavais. agora, nesse vai e vem danado e revisitador. seja quase sempre aqui.